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7 de agosto de 2006

FINANCIAMENTOS DA BANCA PORTUGUESA…

Gajos porreiros
2006-08-07

A história é contada por fonte segura. Três indivíduos, todos doutorados em Engenharia pela Universidade de Coimbra, jovens, juntam-se e desenvolvem uma ferramenta para detecção de erros em sistemas críticos de software (como o sistema operativo em naves, aviões, etc.). E decidem lançar uma empresa para trabalhar a ideia. Passo seguinte recorrem a um banco, plano de negócios na mão, para obter financiamento. Resposta: "Vocês são uns gajos tão porreiros, são bons, são doutores, por que é que não se dedicam a dar aulas?"

O fim do projecto poderia ser este.

Sucede que, por uma invulgar condição genética que infelizmente não faz parte da cadeia de ADN da grande maioria dos portugueses, os três não desistiram. Traduziram o mesmo plano de negócios para inglês e apresentaram-no a um banco americano. Que agarrou a ideia e desbloqueou as verbas.

Num país à beira da bancarrota, os bancos são instituições que se atrevem a apresentar crescimentos brutais na justa medida em que as famílias mais se endividam. Por falta de cabeça, é verdade... Instituições que, em vez de contribuírem para o crescimento económico e apoiarem ideias não apenas com base no lucro pelo lucro e na usura despudorada, mas no que representam de inovador e de refrescamento para uma economia em agonia, têm práticas abusivas de arredondamento para cima das taxas de juro, cobram comissões inexplicáveis, mercantilizam e favorecem os empréstimos para a aquisição de tralha consumista.

Em Espanha, onde a sociedade não dorme, estão a ser obrigados a devolver verbas.

Retirado de jn.sapo.pt


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