artigos.publicados

25 de novembro de 2009

DESTINO DE FORTUNAS DESVIADAS

Angola

PORTUGAL TORNOU-SE DESTINO
DE FORTUNAS DESVIADAS DO DINHEIRO PÚBLICO ANGOLANO
por Agência Lusa, Publicado em 25 de Novembro de 2009

O presidente da UNITA, maior partido da oposição angolana, disse hoje em Luanda que Portugal se “tornou num destino seguro de fortunas desviadas do erário público angolano”.

Numa declaração pública sobre as razões que levaram a UNITA a avançar com uma moção de censura ao Governo do MPLA, Isaías Samakuva apontou como um dos exemplos da corrupção em Angola as transferências de avultadas somas para Portugal “para comprar até empresas falidas para branquear dinheiro roubado ao povo de Angola”.

Servindo-se de notícias na imprensa, Isaías Samakuva apontou a existência de “pressões” sobre o primeiro-ministro português, José Sócrates, para “libertar milhões de dólares de dinheiro público (angolano em contas de bancos portugueses) para determinadas contas privadas de mandatários do regime angolano” de forma a poderem “comprar empresas falidas” e“branquear” capitais.

Sobre estas denúncias, o líder da UNITA sublinhou o “silêncio conivente” do Governo de Luanda.

Mas o tom da declaração pública do presidente do partido do “Galo Negro” foi marcado pelo recente discurso do Chefe de Estado angolano e líder do MPLA, José Eduardo dos Santos, que, no sábado pediu aos deputados que exerçam a fiscalização dos actos de gestão do executivo com base numa política de “tolerância zero” para com a corrupção.

Samakuva disse que a moção de censura que a UNITA vai apresentar ao Parlamento tem por base a “censura que o povo já fez ao executivo”, bem como “a censura que o próprio Presidente (angolano) fez ao Governo” que dirige. “Este Governo não merece mais a confiança do povo, ou seja, precisa de tolerância zero, como reconheceu o próprio Chefe de Estado”, afirmou Isaías Samakuva.

O presidente do maior partido da oposição afirmou ainda que “é necessário que os angolanos saibam os nomes dos gestores públicos que o senhor Presidente da República referiu como pessoas irresponsáveis e gente de má fé”.

Samakuva referiu-se ainda a palavras que atribuiu a Eduardo dos Santos a propósito da “tímida fiscalização” do Parlamento (com maioria qualificada do partido do Governo) para cometerem, entre outros, fraudes com bens públicos.

O líder da UNITA quer ainda saber a dimensão dos “actos danosos ou fraudulentos” e os seus “autores morais” cometidos por governantes a que o Presidente angolano aludiu na sua intervenção na abertura do comité central do MPLA.

Samakuva sublinhou ainda que durante 2009 “o abuso do poder, o nepotismo e o enriquecimento ilícito tornaram-se impuníveis” e que os “novos endinheirados exibem impunemente (…) as fortunas que fizeram desviando os dinheiros públicos”.

E reforçou a sua ideia, referindo-se ao MPLA e à sua liderança: “São eles, os novos capitalistas exploradores, que, na prática, utilizam o MPLA, um partido de tradição social, concebido para defender os mais desfavorecidos, para explorar os trabalhadores angolanos e aumentarem os seus lucros (…) através de políticas discriminatórias promovidas pelo Governo”.

Samakuva pediu ao Presidente da República que destitua o actual governo, nomeie outro de acordo com os resultados das eleições de 2008 e convoque as presidenciais “quanto antes”, em 2010.

Retirado de ionline.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário