Há milhares de automobilistas neste país que esperam que a visita do Papa Bento XVI em Maio seja acompanhada de uma eventual amnistia que os livre das multas de estacionamento.
Mas o PS, com a aprovação tácita do PSD e CDS, já aprovou um perdão para os milionários suspeitos de crimes de colarinho branco. Quer as empresas quer os cidadãos que tenham aplicações em paraísos fiscais podem repatriar o seu dinheiro para Portugal, pagando apenas um imposto de 5%.
Esta amnistia insere-se no novo paradigma financeiro dominante desde a crise financeira, iniciada em Setembro de 2008. Já ninguém se preocupa verdadeiramente com a origem duvidosa do dinheiro. Para manter o sistema financeiro à tona de água, o que é fundamental é que haja dinheiro. As suspeitas de colarinho branco também só existiam para dinheiro de cidadãos e empresas nacionais.
Nos últimos anos chegaram do estrangeiro muitos milhões para comprar activos portugueses e ninguém questionou a origem. Esta estranha lei, que faz lembrar a história das famosas vírgulas colocadas à medida, tem um objectivo claro de acabar com os efeitos colaterais da operação Furacão. Na prática, é um episódio que mostra que neste país a cor do dinheiro não é relevante. Já nem é preciso lavar mais branco.
Retirado de http://www.cmjornal.xl.pt - 18 Março 2010 - 00h30
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