DO PRESIDENTE DA EDP SOBE DE TOM
por Ana Suspiro, Publicado em 05 de Abril de 2010
Socialista António José Seguro qualifica de "obscenos" bónus de Mexia
A remuneração e os prémios recebidos pelo presidente-executivo da EDP no ano passado suscitaram uma violenta crítica do dirigente socialista António José Seguro. Como aspecto negativo da semana que passou, o deputado do PS elegeu no seu blogue "os valores obscenos" das remunerações referentes a 2009 atribuídas a António Mexia.
O líder da eléctrica que tem o Estado como maior accionista, com 20,5% do capital, recebeu no ano passado 3,1 milhões de euros de remunerações, a maior fatia em prémios. O valor inclui o salário fixo, o prémio relativo à performance da empresa em 2008 e os bónus anuais, também indexados ao desempenho da empresa, relativos ao mandato que terminou em 2008. Até agora, António Mexia foi o gestor mais bem pago do PSI20 no ano passado, situação que António José Seguro considera "uma imoralidade".
Escreve o ex-ministro de António Guterres que é apontado como candidato à sucessão de Sócrates: "Em fase de enormes dificuldades e de exigência de sacrifícios aos portugueses é incompreensível como se atingem estes valores remuneratórios." Seguro realça que a EDP, que é a empresa com maiores lucros do PSI20 - 1024 milhões de euros em 2009 - é também "a mais endividada", neste caso a que tem maior dívida (14 mil milhões de euros), embora acompanhada do activo mais valioso: 40 mil milhões de euros.
Os restantes seis administradores-executivos da EDP receberam, em média, 2,4 milhões de euros em 2009.
A declaração de Seguro não mereceu comentários da EDP, mas o presidente da eléctrica, António Mexia, em recente entrevista ao i, mostrou-se contra "o ataque aos gestores". Para Mexia, a política de redistribuição de rendimentos "faz-se mais através dos impostos do que de escolhas demagógicas de alvos aparentemente fáceis". "Nunca se deve basear a política na mediocridade nem na inveja, até porque elas tendem a coligar-se."
A polémica promete animar a assembleia-geral da eléctrica, marcada para 16 de Abril, já que o Estado pretende propor o não- -pagamento de bónus em 2010 e 2011 nas empresas privadas onde é minoritário. Os accionistas da EDP vão discutir a política de remunerações do conselho de administração. Para já, está prevista a manutenção do modelo que estava em vigor no primeiro mandato da equipa de António Mexia.
Retirado de ionline.pt
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