DE JORNALISMO
por Adriano Nobre, Publicado em 06 de Abril de 2010
O jornalista e antigo director-geral da SIC, Emídio Rangel, acusou hoje Paulo Portas de ter sido o grande responsável pela “escola sinistra” de jornalismo que deu origem aos “atropelos deontológicos” que, defende, hoje existem na profissão.
Na declaração inicial durante a sua audição na comissão de Ética, Sociedade e Cultura, Rangel começou por lamentar o “cortejo lacrimejante de jornalistas que se queixaram de malfeitorias” nas anteriores audições. “Assisti durante horas ao depoimento de Manuela Moura Guedes, como se tivesse feitos memoráveis e tivesse sido calada pelo poder político. Depois, José Eduardo Moniz abençoou o jornal horrendo da TVI. Poder-se-ia dizer que tiveram primazia uma boa parte dos jornalistas de que nos envergonhamos”, acusou o antigo director-geral da SIC.
Criticando também a audição do director do “Sol”, José António Saraiva – por entender que o seu “único feito” foi “apropriar-se de escutas, sem exercício de contraditório, transformando em verdades indiscutíveis conversas privadas de duas pessoas que podiam estar a fazer bluff, a mentir” – Emídio Rangel lamentou “ver esta gente sair desta comissão como heróis incensados”.
Depois de apresentar estas críticas, o jornalista apontou então o foco de todas as culpas para o actual presidente do CDS e antigo director do semanário “O Independente”. “Paulo Portas abriu as portas a esta peste. Recordo, por exemplo, a campanha contra Leonor Beleza, com o despudor de publicar exames ginecológicos da então ministra. Esta escola sinistra que começou com Portas, parecia ter acabado com o fim de ‘O Independente’. Isto não pode ser. Seremos todos vítimas, mais cedo ou mais tarde, senhores deputados”, alertou Rangel. O jornalista sublinhou que “existem em Portugal bons jornalistas mas é cada vez maior o número daqueles que atropelam a tábua de valores do jornalismo”.
Retirado de ionline.pt
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