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8 de abril de 2010

VENCIMENTOS

SALÁRIOS DOS GESTORES SÃO
«ECONOMICAMENTE CHOCANTES»

Só António Mexia, da EDP, vai receber 3,1 milhões relativos ao ano passado

Por Redacção LF com CPS 2010-04-03 19:00

[Actualizada às 18h11]

O presidente do Banco BIC e ex-ministro da Indústria e Energia do Governo de Cavaco Silva, Mira Amaral, considera que os salários dos gestores de empresas participadas pelo Estado são «um escândalo e um exagero».

Falando especificamente sobre a remuneração do presidente da EDP, António Mexia - que vai receber 3,1 milhões de euros relativos ao ano passado - o responsável disse que é «economicamente chocante».


«Se ele recebesse isso em mercado aberto, a vender bens transaccionáveis, eu como não sou socialista digo que até pode receber 10 milhões porque contribuiu para criar riqueza no país, não tem problema nenhum. Agora um tipo dessa ou de outra empresa que vive à custa de bens não transaccionáveis no mercado doméstico português, aí digo que é economicamente chocante», referiu Mira Amaral já na quinta-feira à SIC Notícias.

Mas esta segunda-feira, o antigo ministro de Cavaco Silva voltou à carga, juntando-se assim aos socialistas António José Seguro e João Soares. Em declarações à TSF, Mira Amaral lembrou que o Governo deve limitar o valor dos salários, já que o «Estado é defensor do interesse público».


«O Governo não pode assobiar para o lado e dizer que não tem nada a ver com o assunto, dado que a posição dominante que o Estado tem nestas empresas permite-lhe exercer uma moderação [em relação a estes valores]», atirou.

Mira Amaral alertou ainda que os critérios para as empresas privadas não podem aplicar-se da mesma maneira a empresas que têm como accionista maioritário o Estado. «Não estou a limitar que a PT e a EDP sejam plafonados pelo vencimento do Presidente da República, mas no sector empresarial em que o Estado tem Golden shares ou ainda é accionista, acho que estes valores financeiros são exagerados», sublinhou.

Estado recruta políticos com ordenados que são «um escândalo»

Também o antigo ministro socialista, Veiga Simão, disse esta segunda-feira ao Rádio Clube que o Estado recruta jovens políticos com ordenados que são «um escândalo nacional e uma vergonha» para a democracia.

«Servir o bem público era algo que muitos portugueses e de elevada capacidade e inteligência desejavam, mas hoje é muito fácil através de recrutamentos, designadamente nas juventudes partidárias, ocuparem lugares e obterem salários que são um escândalo nacional e uma vergonha para a democracia portuguesa», disse, depois de assegurar que «o país tem falta de uma visão estratégica e consequentemente de ideias».

Retirado de agenciafinanceira.iol.pt

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