AOS GESTORES EXECUTIVOS
por Ana Suspiro,
Publicado em 01 de Abril de 2010
O presidente António Mexia foi até agora o gestor mais bem pago nas grandes empresas da bolsa
A comissão executiva da EDP, composta por sete elementos, recebeu no ano passado remunerações globais de cerca de 17,5 milhões de euros. A inflacionar este montante estão os prémios plurianuais recebidos pelos administradores da eléctrica por cada ano do mandato que terminou em 2008. Somam-se os bónus relativos à performance da EDP desse ano e pagos também em 2009, o que perfaz um bolo de aproximadamente 13 milhões de euros em remuneração variável. A equipa liderada por António Mexia auferiu ainda a remuneração fixa anual.
O presidente executivo da EDP recebeu 3,1 milhões de euros brutos. Desses, 2,4 milhões de euros foram atribuídos a título variável. António Mexia foi assim, pelos relatórios do governo de sociedade até agora divulgados, o gestor mais bem pago nas empresas cotadas no ano passado, ultrapassando o seu congénere da PT. Zeinal Bava, que o ano passado também recebeu os bónus plurianuais do mandato anterior, teve uma remuneração total de cerca de 2,5 milhões de euros. O valor é pouco superior aos montantes pagos a cada um dos outros seis gestores executivos da EDP, que receberam em média 2,4 milhões de euros.
Os prémios de desempenho foram atribuídos pelo cumprimento das metas de gestão traçadas para a eléctrica, que nos últimos dois anos teve lucros anuais na casa dos mil milhões de euros, os resultados mais elevados do PSI 20.
Estes números são conhecidos no meio da polémica gerada pelos prémios dos gestores, em particular das empresas públicas. A EDP é maioritariamente privada, mas o Estado é o maior accionista, com 20,5%, e o governo já anunciou a intenção de propor em assembleia--geral o não pagamento de prémios em 2010 e 2011. Porém, a intenção só passará se for viabilizada pelos accionistas privados. O Estado aprovou ainda uma taxa de 35% sobre a componente variável da remuneração recebida pelos gestores. Uma vez aprovada em assembleia-geral, a aplicação da política de remunerações é automática e depende apenas de uma proposta da comissão de remunerações.
Em entrevista recente ao i, António Mexia criticou os ataques aos prémios de gestão e lembrou que, no caso da EDP, só o cumprimento de mais de 90% das metas dá direito a bónus. Ana Suspiro
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